Com as mãos no bolso e gingando Emerson passa na frente de um bar. Uma galera se reúne na porta do estabelecimento de Nivaldo. Uma jovem loura e de vestido vermelho lhe ultrapassa chamando não só a sua atenção, mas do bar inteiro que imediatamente assobia e solta piadinhas pra cima da guria que rebate as investidas com silêncio e indiferença, mas também com um nítido constrangimento. Emerson fica com dó da moça e se pergunta qual é a dos caras, a mina é casada e com certeza um deles sabe. A quebrada é cheia de hipócritas que odeiam talaricos, mas anseiam perdidamente em ser mais um. Emerson não sabe o motivo, mas uma culpa se instalou nele. Ele poderia ter repreendido aquela rapaziada sem noção. Mas quem Emerson quer enganar, ele também é homem, quem sabe tal defesa produziria comentários contra a sua índole e pior contra a índole da moça também. Pensa como sua namorada se sentiria se fosse alvo de semelhante episódio e como sua masculinidade seria ameaçada com isso... O que não lhe faria melhor do que eles, afinal.
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