A fogueira está acesa. Gravetos vermelhos e azuis queimam em combustão constante. Gravetos cinzas tentam controlar o fogo. Debalde. O fogo arde sem parar. As opiniões são inflamadas gerando uma bipolaridade de guerra fria, algo que se poderia pensar ultrapassado. Ledo engano. Caça às bruxas. Interesses. Oposição. Governo. Bancos. Dólar. Economia. Políticas Sociais. Galhos secos de tão velhos que poderia se supor que já não inflamam mais. A mídia joga gasolina fazendo labaredas que escapam do espaço circunscrito das chamas. E assim sucessivamente a fogueira se transforma num incêndio de grandes proporções. Embaixo da fumaça, das labaredas, dos gravetos e de tudo que o fogo consome, as primeiras cinzas começam a aparecer, mas ninguém consegue reconhecer o bom senso, imóvel e carbonizado no meio dessa loucura fumegante.
Lana É madrugada faz 11° no Grajaú não consigo dormir, mas no escuro permaneço ouvindo o silêncio dos cômodos da casa sob camadas e camadas de tecidos e algodão da touca, do travesseiro e dos cobertores ouço minha respiração & meus pensamentos ouço o pc que ficou ligado ouço os ratos andando sobre o foro & Mia que para de se coçar para prestar atenção nos ruídos do teto ouço o vento que balança a janela de leve & Dante que late lá fora, provavelmente por causa dos ratos Então de repente sinto Laninha subindo em minhas pernas cobertas & se encolhendo entre elas como um caracol – pelo visto não sou só eu acordado nesse frio
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