Assembleia
de Deus. Culto de domingo. Oito e meia.
Pastor
Edson começa a pregação.
Livro
de Atos. Capítulo dez. Versículo trinta e quatro:
“Então,
falou Pedro, dizendo: Reconheço, por vontade, que Deus não faz acepção de pessoas
(...)”.
Também
o trinta e cinco:
“(...)
pelo contrário, em qualquer nação aquele que o teme e faz o que é justo lhe é
aceitável”.
O
pastor faz uma pregação eloquente sobre o amor. Usa Cornélio como ponte para as
minorias de hoje. Não grita. Pastor Edson é contido. Não é fervoroso, apesar de
ser pentecostal, mas é coerente.
Benção
apostólica. Fim do culto.
Fora
da igreja cantina. Doces e salgados.
Os
jovens se reúnem na frente do templo. Conversam. Paqueram. Está frio. Daniel dá
sua blusa para Elisangela. Encostada no carro a mãe de Daniel conversa com os
irmãos em Cristo. De longe ela dá uma olhada feia para o filho. Os irmãos se
despedem. O marido entra no carro. Irmã Neuza chama Daniel para ir embora.
Daniel se despede dos amigos e vai.
–
Cadê sua blusa, Daniel?
–
Deixei com a Elis.
–
Aquela negrinha?!
–
Deixa de conversa mãe!
–
Você nem prestou atenção na pregação.
–
Lógico que prestei!
–
Prestou nada! Pensa que eu não vi? Ficou no celular o culto inteiro. Nem sabe
do que o Pastor falou.
– Sei
sim. Deus não tem preconceito.
Silêncio
no carro.
Daniel
provocando solta:
– Diferente
da senhora.
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