Metrô.
Transferência. Miguel lá de cima olha para baixo. Plataforma. Uma mãe segura o
seu filho que se enverga nos seus braços. Olha para cima. O bebê vê Miguel.
Miguel passa e sorri.
Marcelo
lê no seu quarto. Cookie puxa o cobertor da cama. Gostosamente se espreguiça no
cobertor jogado nas costas do chão. Marcelo ri e faz carinho na barriga dele.
Cookie tira a língua para fora de satisfação.
É
o horário do almoço. Gustavo vai para uma praça perto do seu trabalho. Deita no
verde sob o azul. Embaixo da sombra da árvore. Cochila docemente no tempo. O
tempo desacelera. O tempo para. O cantar dos passarinhos lhe desperta. Ele
sorri e se espreguiça. Acende um cigarro. Companhia. O tempo volta mais lento.
Rafael
e Camila estão deitados na cama. Ela sobre o peito dele. Ele cheira os cabelos
dela. Olhos fechados. Transporta-se para outro lugar. Não importa qual. Não
importa onde. Um lugar onde o tempo não escorre entre os fios de cabelo. Um
lugar onde o tempo se congela para se tornar eterno. Ele volta para cama.
Porque esse lugar é ali mesmo. Ele sorri.
Bianca
prepara o seu café. O cheiro amargo lhe adocica a vida. Ela deita no sofá com o
celular em mãos. Revê fotos de seu pai. Coloca os fones de ouvido. O post-rock
lhe traz calmaria. Ela se sente flutuando sobre o sofá de sua sala. Atravessa o
teto e flutua entre as nuvens carregadas com a chuva. O branco e o azul lhe dão
paz. Seu pai segura sua mão. Bianca sorri. Leveza.
A
caneca de café está na mesa de centro.
Seu
vapor sobe e se desfaz no ar.
Ele
esfria.
Comentários
Postar um comentário