Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de 2019

Bicharada

Lana É madrugada faz 11° no Grajaú não consigo dormir, mas no escuro permaneço ouvindo o silêncio dos cômodos da casa sob camadas e camadas de tecidos e algodão da touca, do travesseiro e dos cobertores ouço minha respiração & meus pensamentos ouço o pc que ficou ligado ouço os ratos andando sobre o foro &  Mia que para de se coçar para prestar  atenção nos ruídos do teto ouço o vento que balança a janela de leve & Dante que late lá fora, provavelmente  por causa dos ratos Então  de repente  sinto Laninha subindo em minhas pernas cobertas & se encolhendo entre elas como um caracol  – pelo visto não sou só eu acordado nesse frio

Um à toa

Tenho desejos suicidas esporádicos desde a adolescência Desde que deus não fez mais sentido pra mim & percebi que o mundo é absurdo Que somos nada em constante transformação rumo ao nada, claro Sei que isso tudo é clichê materialista e existencialista Mas fazer o quê?! Isso é o que eu sou & não tenho pra onde fugir Isso me incomodava bastante: A vida não ter um sentido ou propósito. Mas hoje eu vivo muito bem com o nonsense Das incertezas e mistérios de um mundo sem deus. Não me incomodo mais & pior, ou melhor, sei lá: a coisa toda faz mais sentido sem ele Ser um ateu, ou como gosto de dizer, Um à toa, tem suas vantagens Posso de acordo com os anos e mudanças Ressignificar a minha vida  – a lento que  nenhuma  religião pode me dar Meu amor me diz que a gratidão, De certa forma, nos salva Mesmo a vida sendo um fdp escroto  que adora surpreender a gente com rasteiras  que nos deixam es.ta.te.la.do no chão  – ...

A natureza não espera

Ando ansioso  mesmo com o tempo frio prova de que o aperreio é grande na verdade, nem é, mas já é o bastante para me tirar da cama e me fazer perder tempo sentado na frente do pc, vendo bobagens e pornografia na internet enquanto isso Helado toca seu folk de pegada latina que deixa uma vibe boa no quarto, relaxante quem aproveita esse momento são meus gatos que dormem tranquilamente em cima dos cobertores jogados sobre a cama acabei de ler um poema de Bukowski em que ele mesmo afirma que já escreveu melhores já ouvi escritores afirmando que sempre escrevem e outros que juram que ficam tempos sem escrever quais desses dois tipos de escritores falam a verdade jamais saberei provavelmente nenhum me lembrei de um professor que dizia que nem tudo que escrevemos é bom e devemos nos conformar e continuar escrevendo mesmo assim pois nem tudo na vida é excepcional tem coisas que a gente escreve que nem serve pra limpar a bun...

Narizinho

Eu queria um potinho  com seu cheirinho e ela me deu cheio de bilhetinhos coloridinhos: azul, rosa, amarelo verde Na saudade, eu que nunca fui de me acabar com o nariz, não consigo parar de cheirar seu perfume Cada mensagem contida nos bilhetinhos transpassam meu coração já cheio de  furinhos de  uma única flecha: seu amor

Gatos & Exercícios

Enquanto faço abdominais minhas gatas me encaram. Posso ouvi-las: “O que você está fazendo, humano?” Cansado na segunda série de dez concordo com elas: “O que que eu tô fazendo?!”

A matemática do amor

O universo possui 14 bilhões de anos. O sistema solar tem quase 5. A Terra também tá aí nessa faixa etária com seus 4 bilhões e meio.  A matemática nesses casos é aproximada. Fruto de processos, cálculos e fórmulas complexas. Com tantos números superlativos o tempo parece infinito.  Com os nossos 20 e poucos anos, quase 30 se pá, estamos ocupando somente a menor das menores das menores e menores frações de tempo desse mundo. Separo a dimensão do tempo com a do espaço, mas na verdade o que existe é a dimensão conjunta do espaço-tempo. E comigo ela funciona assim: quando estamos em espaços diferentes o tempo é mais lento e quando estamos pertinho ele é mais rápido. 2 anos é muito pouco, mas já é suficiente para saber: quero toda fração de tempo com você. 2 anos também é um número aproximado, pois o que construímos é maior do que esse valor. O nosso amor é maior do que a soma de nossos anos.  Ele tá mais próximo da idade do universo.  2 an...

Oh My God

Com os meus 26 já vi a morte de várias maneiras, não só em livros, filmes ou músicas, não só de artistas admirados ou inocentes desconhecidos nos telejornais. Já vi a morte na escola durante a adolescência, nas ruas e ruelas do meu bairro, nos parentes próximos e outros nem tanto, nos familiares de amigos e conhecidos, nos vizinhos e colegas, em pessoas que eram próximas, mas que por alguma razão se afastaram, nos animais de estimação e nos abandonados, nas lágrimas e no luto de quem ficou. Vi a morte pela primeira vez no rosto de minha avó, como era muito pequeno, a foto do seu caixão rodeado de flores coloridas é a minha lembrança. Um pouco mais tarde vi a morte num cavalo picado por uma cobra no bairro onde passei minha infância, cavaram um buraco enorme entre a relva verde que cercava as casas naquela pacata rua sem saída. Vi a morte num sujeito que fugia da morte com tanta vontade de viver que as suas balas fatais quase me levaram também. Não sei o que é mais triste, se a mort...

Tira-Teima

Ela diz que eu sou teimoso, mas eu insisto que não. Ela que é teimosa por insistir que eu sou teimoso. Entre teimas e teimas resolvi tirar um tira-teima: quando eu digo que a amo ela responde com um amo mais e quando ela diz que me ama eu respondo com um amo mais. Nessa teima sem fim nunca saberemos quem ama mais quem. Os dois são tão teimosos que provavelmente se amam em igual medida: a medida do amo mais. A grandeza é dada pelo amor, o nome da unidade é amo mais e seu símbolo é o infinito (∞) [1] . [1] A parte matemática provavelmente está errada, mas nesse caso ela só serve para ilustrar o quão infinito é o amor de dois teimosos.

É um avião? É um pássaro?

Certas designações parecem que tiram a humanidade das pessoas. Não são palavrões nem nada, mas termos simples, como nóia, CEO, alienado, doutor, mendigo, intelectual, coach, etc. São piores do que os palavrões. Odeio cagação de regra. Não quero dizer como as pessoas devam falar. Mas eu procuro não usar esses termos escrotos que automaticamente geram uma determinada hierarquia, em que a pessoa assim chamada ocupa imediatamente um lugar de inferioridade ou superioridade, um estereótipo. Dito isso. Amo meu gato. O jeito como ele dorme em formato de caracol sempre que coloco um dream pop ou shoegaze (qualquer tipo de música indie gostosinha de ouvir) no som do computador. Ironicamente o chamei de Wittgenstein, já que ele não possui os problemas que nós humanos possuímos com a maldita linguagem. Ele mia, grunhe, rosna e ronrona, por diversas razões, necessidade, fome, sede, dor e ansiedade, mas meu outro gato parece sempre entender, enquanto eu nada. O que só prova que a linguagem po...

Todos!

O homem que virou suco (João Batista de Andrade, 1981) todo brasileiro deveria ser proibido de existir, são um bando de fodidos quando não, têm vergonha de serem brasileiros ... apesar de pagarem de patriotas - Seus bostas!