Com os meus 26 já vi a morte de várias maneiras, não só em livros, filmes ou músicas, não só de artistas admirados ou inocentes desconhecidos nos telejornais. Já vi a morte na escola durante a adolescência, nas ruas e ruelas do meu bairro, nos parentes próximos e outros nem tanto, nos familiares de amigos e conhecidos, nos vizinhos e colegas, em pessoas que eram próximas, mas que por alguma razão se afastaram, nos animais de estimação e nos abandonados, nas lágrimas e no luto de quem ficou. Vi a morte pela primeira vez no rosto de minha avó, como era muito pequeno, a foto do seu caixão rodeado de flores coloridas é a minha lembrança. Um pouco mais tarde vi a morte num cavalo picado por uma cobra no bairro onde passei minha infância, cavaram um buraco enorme entre a relva verde que cercava as casas naquela pacata rua sem saída. Vi a morte num sujeito que fugia da morte com tanta vontade de viver que as suas balas fatais quase me levaram também. Não sei o que é mais triste, se a mort...