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Mostrando postagens de julho, 2018

Dois pra lá e dois pra cá

Duraria a noite inteirinha se eles não precisassem ir embora cada um pro seu canto O arrebol já tinha passado mas a pisada adentrou a noite num mastigado gostoso bem coladinho Não era numa sala de reboco mas o tempo foi pouco do mesmo jeito Se tivessem asas seria entre as estrelas para acabar em casa Era cheirinho no cangote, pra lá e pra cá Era beijo roubado, pra lá e pra cá Era mão boba, pra lá e pra cá Calma, avexado! Segure o fole! Era aperreio! A invenção do cão tem gosto de pecado... Mão nas costas cintura juntinha bem arrochadinha As cadeiras balançavam junto com o roçado do peito Foi o melhor jeito para acabar de se lascar quanto mais a sanfona chorava mais judiava Não teve conversa a não ser se entregar ao arretado do amor!

José & Maria

A Sagrada Família da Palmeira (Rafael, c. 1506) Nunca fui com a cara de deus e muito menos com a de Jesus. Esse negócio de fazer o filho carne me lembra abandono parental. E o desaforado no fim de tudo só quer fazer a vontade do “pai”... Que nem o criou! Mas homem tem um negócio com seus compadres que eu nunca vou saber explicar. Agora, Maria era uma mulher verdadeiramente divina, santa não que isso aí já é balela da igreja, e José apesar de homem era digno, carpinteiro que somava no brio da classe trabalhadora. Agora pai e filho se merecem, por isso espírito santo, não quero conversa. Você tem parte nesse cambalacho.