A rua era íngreme e sem saída. Uma ladeira enorme de paralelepípedos quebrados e desgastados. De um lado casas. Do outro, eucaliptos e pinheiros que formavam uma propriedade rural. A noite tinha chego e a lua veio com ela, saindo de sua casa desconhecida juntamente com as corujas que também saíam de suas tocas secretas, e de toda a molecada que tomava a rua para brincar de esconde-esconde. A noite fora feita para se brincar de esconde-esconde. A escuridão e o silêncio acentuavam o mistério e a tensão. O esconderijo podia ser um galho alto de uma árvore ou os grandes tubos de esgoto que ficavam ao fim da ladeira. No escuro não há limites. Eles varavam noite à dentro descobrindo seus segredos e artimanhas até que seus pais, um por um, os chamavam para casa. Os que restavam continuavam brincando até se cansarem e debandarem por conta própria. Os quatro amigos inseparáveis esperavam todos irem embora para começar a sua interminável busca. Eles procuravam em todas as bocas de lobo, poç...